Fatores ligados à lombalgia

Olá pessoal!!

Vocês sabiam que as lombalgias afetam 80% dos adultos e 90% dos atletas recreacionais? Este é um numero impressionante e os profissionais do movimento devem estar atentos para esse problema. Na semana passada postamos um artigo sobre a relação do encurtamento dos flexores do quadril com baixa ativação do glúteo máximo que pode ser uma das causas das lombalgias. Essa não é a única causa das lombalgias, então nesse artigo vamos falar mais sobre outros fatores que estão relacionados com a lombalgia.

Dor lombar, estabilidade segmentar e Kettlebell trainning:

O modelo de Penjabi para a estabilidade envolve os três subsistemas: O subsistema passivo (esqueleto), o subsistema de controle(sistema nervoso) e os subsistemas musculares.

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Esse modelo prevê que quando há déficit em alguns desses subsistemas, os outros dois agem compensando no sentido de manter um certo grau de estabilidade. Se as capacidades desses subsistemas em manter a estabilidade forem excedidas haverá uma instabilidade segmentar, que na coluna é refletida em micromovimentos vertebrais que geram dor e desencadeiam lesões.

Esses micromovimentos conduzem ao que Kirkaldy-Willis chama de Cascata degenerativa que inclui desgastem e rompimento discal. Fisioterapeutas da Universidade de Quensland (AUS) , identificaram padrões de inibições musculares associados a dor lombar, eles relacionaram diretamente a função dos músculos transverso abdominal(TVA) e do Multífido a presença de dor no segmento lombar.

O grupo de Quensland mostrou que em indivíduos sem dor lombar o TVA atua estabilizando a coluna lombar através de mecanismos antecipatórios (feedfoward). Já indivíduos que apresentam dor lombar apresentam interrupção do mecanismo de feedfoward e com isso a contração do TVA é atrasada propiciando um quadro de instabilidade segmentar. Indivíduos com dor na região lombar apresentam estabilidade programada através do mecanismo de feedback , ao invés de feedfoward e com isto estão mais propensos a lesões por instabilidade.

Além disso , o grupo de Quensland analisou imagens de RNM e US do músculo multífido e concluiu que indivíduos com dores agudas na região lombar apresentam diminuição de 25% na área de secção transversa desse músculo no lado doloroso. Estes mesmos indivíduos foram reavaliados quando já se encontravam em estado assintomático e foi verificado que não necessariamente a área de secção transversa do multífido era recuperada após cessar a dor e com isso esses indivíduos teriam mais dificuldade em resistir aos micromovimentos vertebrais.

Analisando estes e outros estudos podemos verificar que um maior controle desse músculos leva diretamente a um maior controle da dor.

Kettlebell Trainning e estabilidade segmentar:

Analisando varias referencias teóricas sobre estabilização vertebral e conhecendo o referencial teórico do treinamento com KB podemos verificar que este é um importante recurso a ser usado no controle da dor e na estabilização dos segmentos vertebrais. O treinamento com KB promove a co contração dos músculos multífido e TVA, promovendo estabilidade vertebral através do mecanismo de co contração que como já vimos anteriormente vários estudos comprovam ser o mecanismo mais eficiente de estabilização articular.

A respiração paradoxal, usada constantemente nos exercícios com KB promove uma eficiente contração dos músculos abdominais que permanece durante todo o ciclo respiratório devido aos movimentos do diafragma. “Segundo Cotter (2015) na respiração paradoxal você inspira em compreensão e expira em extensão. Essa respiração é ideal para cargas pesadas e para as pessoas fora de forma, devido a pressão torácica e a estabilidade da coluna vertebral que ela proporciona”.

Alec Kay, um fisioterapeuta do Alasca, em sua tese de mestrado, analisou a função do multífido e concluiu que a melhor forma de treina-lo seria através de um movimento de rotação em superfície instável, o que sugere uma indicação interessante para o H2H drill com KB que promove o controle da região lombar através de movimentos de rotação, avanços e passagem do peso ao redor do corpo. Estes movimentos recrutam com segurança o multífido.

McGill menciona pesquisas que relacionam resistência dos músculos lombares diminuída e lesões nessa região. Com isso, ele sugere que seria mais eficaz a prescrição de programas que enfatizem a endurance dos músculos extensores da lombar que os que enfatizam a força destes músculos.

Vladimir Janda, identificou que a inibição do Glúteo é comum em indivíduos com dor e disfunção lombar. Ele relaciona esse padrão de inibição com a hipertonicidade e o encurtamento dos flexores do quadril. Esse é outro ponto onde se encaixa perfeitamente o KB trainning, pois os Swings promovem tanto a ativação do glúteo como a melhoria no padrão de extensão do quadril.

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Obviamente estes exercícios não devem ser realizados em fase aguda, porém a utilização destes em fases mais avançadas do processo de reabilitação pode ser uma ferramenta poderosa no combate a dor e instabilidade lombar.

Texto adaptado de: http://powercorefit.blogspot.com.br/2009_01_01_archive.html

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